O vereador de Joinville Mateus Batista (UB), vinculado ao Movimento Brasil Livre (MBL), publicou nas redes sociais uma série de postagens xenófobos, onde classifica o fluxo migratório de pessoas das regiões Norte e Nordeste do Brasil, como algo que está transformando o estado de Santa Catarina em um “lixão”, e pede para barrar a vinda de populares das duas regiões.
Em uma de suas publicações, o político se refere ao Pará como “lixo”, e pede medidas para barrar a migração de pessoas do Norte e Nordeste do Brasil, para evitar que a cidade se torne um “favelão”.
Mateus Batista justifica seu discurso xenófobo e preconceituoso, afirmando que estado do Sul como Santa Catarina, são prejudicados pelo sistema, já que precisam arcar com os custos da chegada de migrantes de estados que na sua visão, são “mal geridos”. O vereador defende um “controle migratório”, para evitar que Santa Catarina vire um grande “favelão”.
O parlamentar municipal disse que entregou um projeto ao deputado Kim Kataguiri (UB-SP), para que as prefeitura possam regular a entrada de novos moradores, com base em sua capacidade local em oferecer serviços públicos de saúde e educação.
A vereadora Vanessa da Rosa (PT), classificou as falas e as investidas do colega de parlamento como sendo um discurso racista. “Quando um vereador vai à rede social para defender o controle do fluxo migratório para que a cidade não se torne um ‘favelão’, ele agride todo o povo de Joinville que construiu essa cidade vindo de todo o lugar. É, sobretudo, um discurso racista, que ataca uma comunidade que tem a pele mais escura. Um discurso que envergonha e que não pode ser admitido”, disse a parlamentar.
Casal xenófobo
Um casal de influenciadores de Santa Catarina, Milbratz Stainzack e Cleiton Stainzack, viralizaram nas redes sociais, após publicar um vídeo em que dão “requisitos” para morar no estado.
O vídeo, divulgado em 10 de julho, lista o que seriam as quatro “verdades” sobre o povo catarinense. Ao falar sobre migração, Jenifer Milbratz Stainzack e Cleiton Stainzack disseram que um grupo de pessoas “nunca deveria ter vindo” para o estado.
Em um dos trechos, o casal diz: “Se vier com jeitinho, corpo mole, volta enquanto é tempo”. Também afirma que pessoas de estados “destruídos pela esquerda” são bem-vindas se quiserem “trabalhar com dignidade”, mas rejeitam quem defende “agenda woke, ideologia de gênero e assistencialismo estatal”.

O Ministério Público de Santa Catarina denunciou o casal por xenofobia, descrevendo o caso como um “grave episódio por incitação à descriminação e xenofobia contra migrantes”.
“A mensagem, ainda que não cite explicitamente um grupo, segue o padrão de discursos xenófobos comuns em Santa Catarina, que historicamente marginalizam pessoas de outras regiões do país, especialmente nordestinos e nortistas, tratando-os como ‘invasores’ ou ‘indesejados'”, afirmou a parlamentar no documento enviado ao MP.