Fraude na cota de gênero nas últimas eleições, pode levar vereadores a perder o mandato no município de Iranduba, no interior do Amazonas.
Duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs), tramitam na 56ª Zona Eleitoral de Iranduba, por dois candidatos que registraram “candidaturas femininas fantasmas”, apenas para cumprir o percentual de 30% obrigatório em Lei.
Na primeira ação, o vereador Bruno Lima (MDB), pode perder seu mandato por conta da candidatura de Lilian Paiva (MDB), que obteve apenas dois votos.
De acordo com a denúncia, Lilian só se candidatou para cumprir as exigências de 30% da participação feminina dentro das eleições. Em uma conversa printada no aplicativo WhatsApp, a ex-candidata afirma que “nem queria sair candidata”, mas só entrou (nas eleições), para ajudar Bruno Lima e o partido (MDB).
“Eu nem queria entrar nisso, nunca gostei de politicagem, fiz pra ajudar o partido”, disse Lilian no grupo do MDB Iranduba.
Testemunhas afirmam que a candidata participava de ações durante a campanha eleitoral no município, mas não utilizava seu material de campanha, e pedia votos ao candidato Bruno Lima nos eventos.

Além do print, as prestações de contas da candidata Lilian Paiva, não apresentam consistência segundo a Justiça Eleitoral, já que não mostram contratações de pessoal para a campanha, e o único gasto foi com a criação de um slogan e vinheta de campanha, feita por Alecsander Paiva Carneiro, parente de Lilian.

Esse gasto é apontado pela Justiça Eleitoral, como “algo feito apenas para simular o gasto de valores referentes a campanha eleitoral.
O segundo caso envolve a candidata Janete de Oliveira Salgado, que foi candidata por uma coligação partidária, mas que na verdade, trabalhava para o candidato Jackson Pinheiro (PSD).
De acordo com testemunhas ouvidas por auditores da 56ª Zona Eleitoral de Iranduba, Janete Salgado participava de comícios e reuniões político partidária, mas que não fazia campanha para si, e pedia votos para o candidato Jackson Pinheiro, sendo considerada como uma candidatura laranja.


Em caso de comprovação das fraudes, as candidatas Lilian Paiva e Janete Salgado, além dos vereadores que se beneficiaram com os ilícitos, Yago Albuquerque Brandão, do MDB, e Raimundo Nonato Neto Carneiro, devem perder seus cargos e ficarem 8 anos inelegíveis.