O vereador David Reis (Avante), presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), em nome da Mesa Diretora apresentou um Projeto de Resolução da CMM nº 020/2025, que permite a realização de sessões plenárias de modo virtual ou híbrida.
O que esse projeto significa?
Siginifica que os vereadores que só precisão estar presentes da Câmara Municipal de Manaus dois ou três dias para as sessões, não precisariam mais estar presentes na Casa Legislativa, podendo participar das sessões no conforto de suas casas, com a desculpa de não estar nas dependências da CMM por “motivo de força maior”.
A desculpa dada pela Mesa Diretora da CMM para a mudança por meio do Projeto de Resolução da CMM nº 020/2025, é de “atualizar e modernizar” o Regimento Interno da Casa Legislativa Municipal.
Vereadores de oposição questionaram a proposta e definiram o ato como algo “imoral”, já que o vereador, que já trabalha pouco, não precisa mais estar presente na CMM para exercer seu mandato.
“Isso cria a possibilidade de ter sessão híbrida a qualquer momento por critério de definição do presidente. Os vereadores que têm três dias de sessão por apenas três horas agora vão poder ficar em casa, porque aí você pega o celular, loga no link, desliga a câmera, o microfone e vai dormir, vai fazer sei lá o quê e deixa um assessor lá monitorando. E outra coisa. Quer dizer que se o presidente entender que tem manifestação aqui na frente de servidores, ele pode decretar sessão virtual ou híbrida. Ao invés de encarar a população, encarar as pessoas aqui na galeria, agora pode ser de casa, na comodidade da sua câmera sem ninguém lhe vendo. Precisamos ter o mínimo de decência. E eu ainda fico me perguntando se essa manobra não é pra que o vereador preso possa votar”, disse o vereador Rodrigo Guedes.
Outro vereador chegou a dizer que o Projeto de Resolução da CMM nº 020/2025 é vergonhoso, e que a Câmara Municipal deveria ser a “Casa do Povo” e não dos vereadores.
“Chega a ser vergonhoso. Eu pensava que isso aqui era a Casa do Povo, mas não é Casa do Povo não, aqui. A Câmara Municipal de Manaus tem dono. O que mais ouvimos aqui é o ‘regimento interno’, mas não existe isso. O que tá acontecendo aqui é uma brincadeira com a cara do povo. Como que um parlamentar tem medo de encarar o povo?”, questionou o vereador Amauri Gomes.
Já tem parlamentares que criticaram a mudança porque cria uma brecha para que os vereadores abandonem a CMM para se dedicarem à campanha eleitoral.
“Eu vejo isso como mais uma armadilha pra muita gente se afastar aqui no período de campanha eleitoral, também. Isso pode ser uma artimanha. Eu vejo que, além de combater as ilegalidades e as atitudes criminosas do prefeito, nós poucos estamos aqui pra combater as artimanhas montadas aqui nessa casa sob regência de um regimento que não serve pra nada, só pra contestar as nossas atitudes, mas quando eles precisam, eles rasgam e jogam no cesto de lixo”, disse o vereador Coronel Rosses.
Gostando ou não o rojeto de Resolução da CMM nº 020/2025 deve ser aprovado já que a maioria dos parlamentares não pensam em trabalhar, mas em apenas criar ainda mais regalias para benefício próprio.