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Dinheiro do contribuinte é usado para turbinar redes sociais

O deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos), candidato a prefeito de Manaus, financia com dinheiro do contribuinte a produção de conteúdo, as postagens e a mão de obra que usa para produzir suas redes sociais e tentar transformar likes em votos. Desde o início do mandato, ele já pagou mais de R$ 336 mil para a empresa Ema Serviços Técnicos de Comunicação e Informática, de seus amigos em Manaus, segundo informações nos portais de Transparência da Câmara dos Deputados e do Governo do amazonas.

A Ema recebe dinheiro público para produzir conteúdos para as redes sociais do deputado e do seu cabo eleitoral em 2018, o cabo da Polícia Militar do Amazonas Josias Pereira, que hoje é um dos mais empenhados na candidatura de Alberto Neto à Prefeitura de Manaus, como mostram notas fiscais de pagamentos com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar publicadas no site da Câmara dos Deputados (notas e links no final da matéria).


O dinheiro público também paga o salário da administradora e moderadora de um dos grupos do cabo Josias, Giselli Moreira Simões, contratada com verba de gabinete do deputado como secretária parlamentar, com remuneração de R$ 2 mil, fora vantagens do cargo.

 

Giselli Moreira Simões (https://www.camara.leg.br/deputados/remuneracao-pessoal-gabinete/DwW6ymB7ynJ0VDYVE35r) é secretária parlamentar no gabinete do ex-militar desde abril de 2019.

Em apenas 38 dias (de 8 de junho a 16 de julho), dois grupos e um perfil no Facebook ligados ao cabo Josias publicaram 95 postagens produzidas para promover Alberto Neto.

Cabo Josias e Giselli Simões não são os únicos membros do grupo que recebem salários pagos pelo contribuinte para fazer as redes sociais do deputado.

O dono da Ema, empresa responsável pela criação dos conteúdos publicados nos perfis, o empresário Eduardo Mazzoni Araújo também ocupa cargo comissionado de assessor, no Comando-Geral da Polícia Militar do Amazonas, com salário de R$ 5.849,77. O nome da empresa deriva das iniciais do proprietário E (Eduardo) M (Mazzoni) A (Araújo).

Entre abril de 2019 e maio de 2020, a Ema, que é responsável pela divulgação da atividade parlamentar do deputado, emitiu 43 notas fiscais para a Câmara dos Deputados (média de três por mês). Um detalhe chama a atenção na prestação de contas: são notas sequenciais e de baixa numeração para uma empresa aberta em 2012.

Se em 14 meses foram emitidas um total de 80 notas (numeradas de 50 a 130), o gabinete de Alberto Neto ficou com mais da metade das notas da empresa, em circulação, no período. A cada duas notas expedidas, uma vai para a contabilidade da Câmara, para o contribuinte pagar.

Por último vale apontar mais uma curiosidade: o pai de Eduardo Mazzoni – dono da Ema e funcionário comissionado da Polícia Militar do Amazonas – também é servidor contratado pelo gabinete de Alberto Neto. Alfredo Araújo foi recentemente nomeado para desempenhar a função de secretário parlamentar.

(https://www.camara.leg.br/transparencia/recursos-humanos/remuneracao/DwW6ymB7yPEln2YVE35r?ano=2020&mes=8).

O custo da produção para as rede de Cabo Josias aparece discriminado em notas fiscais emitidas para o gabinete do capitão. Os documentos totalizam R$ 56,7 mil. Notas pagas pela Câmara dos Deputados discriminam “criação digital e textual de conteúdo para divulgação nas redes do capitão e do cabo Josias.

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