Pular para o conteúdo

Funcionários da RedeTV! entrarão em greve a partir de terça-feira (31)

Funcionários da RedeTV! decidiram entrar em greve a partir de 00h de terça-feira (31). Em assembleia realizada em frente à sede da emissora em São Paulo, foi aprovada a paralisação por tempo indeterminado. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo (Radialistas SP).

O quadro de funcionários da emissora envolve: cinegrafistas, operadores de vídeo, produtores, editores de imagem, advogados, trabalhadores de recursos humanos, secretários, secretárias, copeiras, faxineiras, seguranças e até professores de educação física. Todos esses trabalhadores são registrados como radialistas, mesmo que muitos não desempenhem funções da categoria, segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP).

De acordo com o sindicato, faz 4 anos que os funcionários vinculados aos radialistas não têm qualquer reajuste ou abono. “Os salários, entre os menores do mercado, estão corroídos pela alta de preços. A inflação oficial, medida no período de maio de 2017 a abril de 2021, é de 18, 72%. Se contar a forte aceleração do índice nos últimos quatro meses, o aumento no custo de vida é ainda maior”, diz o SJSP.

Durante 8 meses do ano passado, segundo o sindicato, os empregados da empresa tiveram os salários reduzidos em 25% por meio do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo federal. “A RedeTV! usou o programa do governo mesmo com as demonstrações notórias e públicas de ganhos publicitários nos últimos 3 anos”, diz o SJSP.

De acordo com o sindicado, no período, além dos sorteios de prêmios que ajudam a manter a receita da RedeTV!, a emissora fechou contratos milionários com a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobras, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, governo de São Paulo e outras importantes instituições públicas. A RedeTV! também recebeu investimentos milionários do Bradesco, Itaú, Facebook, Ultrafarma, Vivo, Casas Bahia, Sky Pré-Pago, Bigtrail e Cartão de Todos. E ainda fez os merchants e os horários vendidos a igrejas neopentecostais.

Em março deste ano, o SJSP conseguiu, por meio da Justiça, o acesso aos balancetes e balanços patrimoniais que comprovassem as alegadas dificuldades financeiras da emissora.

A RedeTV! chegou a ser, até os primeiros meses deste ano, a maior emissora no YouTube no mundo. Atingiu o número de 10 milhões de seguidores no Facebook. A própria empresa postou os resultados de seu desempenho na internet: “De novembro de 2017 a julho de 2020, são mais de 6,8 bilhões de visualizações de vídeos e mais de 9,8 bilhões de minutos visualizados no canal principal da emissora, o facebook.com/RedeTV!”. Para o sindicato, “tudo isso significa dinheiro em caixa”.

De acordo com o sindicato, apesar disso, a RedeTV! é a única empresa de comunicação, dentre as médias e maiores redes do país, que não reajusta os salários dos radialistas desde 2017. “Pratica vencimentos menores até do que o das emissoras do interior do Estado de São Paulo”, diz.

“Até hoje a RedeTV! paga o salário base da convenção de 2016/2018, que é o de R$ 1.612,88, para trabalhadores que estão sendo admitidos nas funções básicas. Os trabalhadores não recebem reajustes nas cláusulas econômicas desde 2017 e nem sequer o vale refeição foi reajustado”, afirma.

Por serem os radialistas a categoria predominante na RedeTV!, todos os trabalhadores, exceto jornalistas, são beneficiados pela Convenção Coletiva dessa categoria.

A aprovação do “estado de greve” pelos radialistas, no dia 23 de agosto, abriu um prazo de 48 horas para que a emissora tentasse um acordo. Caso contrário, a categoria poderia iniciar legalmente a paralisação. A proposta, que foi protocolada na RedeTV!. pelo sindicato, engloba reivindicações de reajuste salarial e renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.

A proposta, que já foi aprovada por várias outras empresas de radiodifusão, estabelece:

Reajuste Salarial de 18,72%, aplicado sobre o salário e demais cláusulas econômicas vigentes em maio de 2.017;

Abono salarial equivalente à 353,89% de uma remuneração;

Manutenção de todas as cláusulas sociais constantes da última Convenção Coletiva assinada – 2.016/2018.

Com informações de Poder 360