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Manaus registra caso de esporotricose animal e população deve ficar em alerta

A confirmação de um caso de esporotricose animal no bairro da Glória e casos suspeitos, inclusive no São Raimundo, ambos na zona Oeste da cidade, levou a Prefeitura de Manaus a alertar os moradores não só daquela área, mas de toda a cidade, sobre os cuidados necessários para evitar a contaminação. A esporotricose é uma doença de origem infecciosa, transmitida por fungos e que pode afetar tanto animais quanto humanos. A ocorrência maior é em gatos. Sendo diagnosticada precocemente, tem tratamento e cura.

“Não há necessidade de pânico. A equipe de profissionais do Centro de Controle de Zoonoses da Semsa vem fazendo o acompanhamento dos casos suspeitos nas áreas onde estão ocorrendo os casos, fazendo visitas domiciliares, coletando material para exames laboratoriais que podem confirmar ou descartar a existência do fungo. Preliminarmente é possível diagnosticar a doença por meio da observação de lesões tanto em humanos quanto nos animais”, assegura o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi.

Segundo o Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae) da Semsa, este é o primeiro registro de esporotricose em Manaus. No período entre 2010 e 2020, foram registrados surtos de esporotricose em animais no Brasil nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina.

Nos gatos aparecem feridas profundas, geralmente no focinho e nos membros, que não cicatrizam, podendo progredir para o resto do corpo. Os sinais clínicos que podem ser observados incluem perda de peso, apatia e secreção nasal. Nos humanos acomete a pele e a parte profunda da pele, causando lesão única ou múltiplas, iniciando pelo local onde o fungo penetrou. Essas lesões iniciam com caroço, que pode se romper, formando uma ferida de difícil cicatrização.

O fungo da esporotricose pode ser transmitido ao gato e às pessoas pelo contato com materiais contaminados, como casca de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. O gato contaminado transmite a doença para outros gatos e para as pessoas, por meio de arranhões, mordidas ou contato direto com a pele lesionada. Após a inoculação na pele, há um período de incubação, que pode variar de poucos dias a 3 meses (média de 3 semanas), podendo chegar a 6 meses.

A diretora do Devae, enfermeira Marinélia Ferreira, explica que em caso de suspeita da doença são necessários cuidados especiais para evitar a contaminação e propagação do fungo. “É fundamental o uso de luvas ao manipular gatos doentes ou em tratamento, e que eles sejam isolados em local seguro, que deve ser higienizado com água sanitária. Vale lembrar que mesmo durante todo o tratamento, o animal poderá transmitir a doença ao proprietário. No caso de óbito de animais doentes, é importante não jogá-los no lixo, rios ou enterrá-los, pois o fungo sobrevive na natureza. Os animais mortos devem ser cremados. Para isso, o proprietário deve entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses que providenciará a remoção da carcaça”, orienta a diretora do Devae.

Outros cuidados que devem ser observados incluem, ainda, encaminhar o animal doméstico imediatamente a um médico veterinário, não realizar curativos locais e não banhar gatos com esporotricose. “É importante que seja providenciada a castração de gatos saudáveis, para diminuir as saídas às ruas, reduzindo a possibilidade de transmissão da doença”, sugere Marinélia.