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Movimento que chama atenção para o preconceito contra idosos tem aumentado em todo o mundo

A expectativa de vida da população aumentou. Além de viver mais, os idosos hoje cultivam uma imagem bem distante dos velhinhos do passado, de bengala e aposentados logo ao entrar na terceira idade. Apesar de essa ser a realidade, ainda há gente que resista e que trate o assunto com preconceito. Esse tipo de atitude é denominado pelos especialistas de “ageísmo”, termo usado para descrever a discriminação contra as pessoas mais velhas. No Dia do Idoso, nesta quinta-feira (1º de outubro), as reflexões sobre o tema surgem de todos lados, engrossando o coro dos que pedem respeito aos mais velhos e consideração à experiência de quem ainda tem muito a contribuir.
Na internet já tem vários movimentos com esse propósito, inclusive em defesa aos ataques sistemáticos feitos a pessoas famosas e claramente preconceituosos com relação à idade. Já foram vítimas de ataques do tipo artistas como Madonna, Paul McCartney, Mick Jagger, Gretchen e outros tantos que ultrapassaram a barreira dos 60 e continuam botando pra quebrar.

Em Manaus, uma das vozes nesse sentido tem sido a do maquiador, cabeleireiro e influenciador digital João Paulo Santos. Ele tem usado o perfil no instagram – @joaomake -, com mais de 68 mil seguidores, para tratar sobre a questão do ageísmo, a discriminação contra os mais idosos, preconceito que ele acompanha de perto, por causa da mãe, Nely Oliveira, de 65 anos.

Ele conta que começou a usar o instagram para falar sobre o tema quando postou uma imagem que mostrava dois momentos da vida: duas crianças brigando para ficarem próximas da mãe e, já adultas, discutindo para ver quem iria cuidar dela, já idosa. “Eu recebi muitas mensagens dos seguidores depois dessa postagem, contando histórias de pessoas que sofrem preconceito, são deixados de lado pela família simplesmente porque envelheceram. A partir daí, passei a pesquisar e falar sobre ageísmo com meus seguidores, como forma de conscientizá-los”, disse.

João explica que a mãe sofreu um atropelamento e precisou se aposentar há três anos. Sem a rotina de trabalho da qual estava acostumada, Nely começou a ficar triste. Foi quando João a convidou para cuidar da parte financeira do seu estúdio de maquiagem. Além disso, ele passou a gravar vídeos divertidos com ela para as redes sociais. “Ela é um verdadeiro sucesso com os meus seguidores. Trazer minha mãe para trabalhar próximo de mim foi uma forma de fazer com que ela continuasse ativa. E eu também acabei ganhando, porque tenho ela bem perto e é uma profissional com enorme talento. Não sinto que cuidar da minha mãe seja uma obrigação, e sim, uma forma de demonstrar meu amor por ela”, destacou.

Ele ressalta que seu papel como influenciador é levantar questões relevantes para a sociedade e conscientizar as pessoas para uma mudança de atitude. “O preconceito, a violência contra o idoso existe e está muito presente no dia a dia. A expectativa de vida aumentou bastante, eles estão ativos, com saúde, são trabalhadores, experientes e merecem ter suas escolhas respeitadas”, frisou.

Sobre o ageísmo

O termo ageísmo foi criado em 1969, pelo médico psiquiatra e gerontologista americano Robert Neil Butler. O termo se popularizou nos últimos anos e o clamor contra esse tipo de preconceito tem encontrado adeptos, cada vez mais, em todo o mundo. Considerar o idoso desnecessário e improdutivo, por causa da idade, são atitudes preconceituosas e exemplo claro de ageísmo.