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Desembargadora decreta prisão de delegado que debochou da justiça

A desembargadora Luiza Cristina Nascimento da Costa Marques, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), decretou nesta segunda-feira (22) a prisão preventiva do delegado Ericson de Souza Tavares.

O delegado Ericson foi preso em flagrante em março deste, no município de Manacapuru, suspeito de crimes como extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa.

Além do delegado, outros nove policiais entre civis e militares, também foram presos em uma ação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM).

No dia 23 de março deste ano, nove agentes da Segurança Pública foram presos em flagrante, em Manacapuru, suspeitos de crimes de extorsão mediante sequestro, porte de arma de fogo, associação criminosa, entre outros.

Os policiais civis foram identificados como o delegado Ericson de Souza Tavares e os investigadores Eliezio Alencar de Castro, Anderson de Almeida Maia, e Alessandro Edwards da Cruz.

Já os policiais militares foram o sargento Alexandro Conceição dos Santos, os cabos Elson Nascimento de Souza, Ueslei Rodrigues da Silva, Kemer Cruz Pimentel, Edvaldo Ewerton Pinto de Souza, e Germano da Luz Júnior. Além dos nove agentes de polícia, também foram presos dois civis.

O delegado foi solto no mês passado e, logo após a soltura, publicou um vídeo nas redes sociais em que debochava das autoridades, cantando um funk com palavras de baixo calão e mostrando o dedo do meio.

Na decisão desta segunda-feira (22), a desembargadora revogou a liminar que mandou soltar o delegado e decretou a prisão preventiva dele.

“Ante o exposto, em consonância com o parecer ministerial de fls. 338-344, conheço e denego a ordem de habeas corpus, impetrada em favor de Ericson de Souza Tavares e, consequentemente, revogo a liminar concedida às fls. 348-351 e decreto a prisão preventiva do Paciente, com fulcro no art. 312 do Código de Processo Penal”, diz trecho da decisão.

Ainda conforme a decisão, o delegado deverá ser levado para um local “próprio para os agentes públicos, na cidade de Manaus, seguindo as normas estabelecidas pela Secretaria de Segurança Pública”.

No pedido do MP, a procuradora Neyde Regina Demosthenes Trindade e o procurador Igor Starling Peixoto, além de dois promotores do Gaeco, citam que “há fortes indícios de que ele faz parte de uma associação criminosa armada que realiza extorsão mediante sequestro em evidente abuso de autoridade”.

“Mais grave, após a concessão da liberdade provisória cumulada com medidas cautelares diversas da prisão, o Paciente, em verdadeira afronta à Justiça, publicou em suas redes sociais vídeo que repercutiu nos meios de comunicação de todo o estado do Amazonas”, dizem os procuradores. Segundo os procuradores, a “liberdade” do delegado é um risco à ordem pública.