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Esquema criminoso liderado pelo ex-vereador Ronaldo Tabosa rendeu o prejuízo de R$ 90 milhões em sonegação fiscal

A Superintendência da Polícia Federal no Amazonas deflagrou na manhã desta quarta-feira (4), a “Operação Tesouro Oculto”, que teve como objetivo desarticular um grupo criminoso que deu um prejuízo de cerca R$ 90 milhões em crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, organização criminosa, fraude à execução e uso de documento falso.

O chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF, delegado Pablo Michel, disse que a operação tem como ponto de partida, levantar documentos que comprovassem que o grupo que seria possivelmente chefiado pelo ex-vereador e empresário Ronaldo Tabosa, ocultava seus patrimônios através de fraude e uso de documentos falsos.

Com o apoio do Ministério Público Federal (MPF), foram comprovados os crimes de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. As investigações iniciaram após a Receita Federal detectar irregularidades nas criações de CNPJ’s constantes, sem pagar o devido imposto.

Ronaldo Tabosa seria o líder da organização criminosa, que se estendia para seus familiares e tinha como objetivo, ocultar seu patrimônio através de abertura de CNPJ’s em nomes de vários laranjas.

“A investigação continua sob sigilo. É um importante trabalho. Trata-se de uma organização criminosa que atua há anos e causou um prejuízo de aproximadamente R$ 90 milhões, até o momento. Eles têm um modus operantes complexo, difícil de apurar e investigar, com a iniciativa de constituir inúmeras pessoas jurídicas para dificultar a atuação dos órgãos de repressão do Estado, mas ainda assim, identificamos esse núcleo, em conjunto com o MPF”, disse Pablo.

O processo corre em segredo de justiça, mas nesta quarta-feira (4), foram cumpridos de 21 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão em Manaus e Borba, sendo eles em lugares ligados ao ex-vereador.

Foi concedido judicialmente o sequestro e indisponibilidade de bens móveis e imóveis, visando a quitação da dívida perante a Fazenda Nacional no valor de RS 87 milhões.

A investigação iniciou-se em 2019 e apurou um esquema de criação de empresas fraudulentas, por meio de organização criminosa, que fazia a utilização de “laranjas” (sem ciência da sua condição de participante na ação) e de “testas de ferro” (com ciência da participação).

As empreses eram criadas de fato, com CNPJ constituído, com o intuito de darem continuidade a atividade ilegal de venda de planos de saúde sem registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de sonegar créditos fiscais, frustrar direitos trabalhistas, fraudar credores e lavar os ativos ilícitos obtidos por meio.