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Lutador que estava foragido é preso por espancar enteada de 1 ano até a morte, em Manaus

Ao longo desta semana, as equipes de investigação da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), deflagraram a operação “Anjo Diana”, que culminou na prisão de um homem, de 25 anos, que agrediu a própria enteada, uma bebê de um ano e seis meses.

O crime ocorreu em 20 de março de 2019, no bairro Alvorada, zona Centro-oeste de Manaus. A prisão ocorreu no município de Barreirinha (distante 331 quilômetros da capital).

A ação policial contou com o apoio da equipe de investigação da 42ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Barreirinha. Durante coletiva de imprensa realizada no prédio da Delegacia Geral (DG), no bairro Dom Pedro, zona Centro-oeste de Manaus, o delegado-geral adjunto da PC-AM, Tarson Yuri Soares, destacou que esta foi mais uma operação exitosa realizada pelas equipes da Depca, que culminou na prisão desse indivíduo por um crime bárbaro.

“Apresentamos aqui um trabalho essencial realizado pela Depca que, após dois anos, conseguiu localizar e prender esse indivíduo que estava escondido no interior do Estado. Ressalto que estamos de prontidão, a Polícia Civil está nas ruas para combater a criminalidade e levar mais segurança à nossa população”, enfatizou o delegado-geral adjunto.

De acordo com a delegada Joyce Coelho, titular da Especializada, que coordenou a operação, foi um crime intrafamiliar, na ocasião, a criança estava sob os cuidados do padrasto, na casa da família, enquanto a mãe dela tinha ido deixar a filha mais velha, de seis anos, na escola.

A autoridade policial contou, ainda, que quando a mãe da vítima chegou na residência, encontrou o indivíduo batendo nas costas da menina, que estava quase desacordada, alegando que ela tinha engasgado com comida. Imediatamente eles a levaram até uma unidade do Serviço de Pronto Atendimento (SPA).

Joyce explicou que no dia seguinte ao fato, o tio paterno da bebê compareceu a Depca e relatou que a criança estava internada no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Leste/Joãozinho (HPSCZL), e com sinais de morte cerebral. A bebê apresentava inúmeros hematomas pelo corpo. Segundo a delegada, os vizinhos relataram à mãe que, na ausência dela,/ a vítima chorava muito.

No hospital foi descartada a hipótese de engasgo com comida, e devido à situação grave, a bebê teve duas paradas cardiorrespiratórias. Ao examinar a criança, a Depca entrou em contato com o médico legista e, após a vítima ser examinada, foi constatado que as lesões e hematomas eram decorrentes de agressões físicas. No momento da ocorrência, a família chegou a mencionar que a bebê estava há alguns meses com hematomas roxos pelo corpo.

“No primeiro momento, o autor das agressões se apresentou espontaneamente à delegacia, enquanto a criança ainda estava viva, e afirmou que a bebê havia se engasgado. Porém foi um fato descartado pela perícia técnica e também pelo exame de necropsia. Então a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico”, esclareceu Joyce.

Depois disso, o indivíduo fugiu da residência e esteve foragido por dois anos e três meses. A delegada representou pela prisão preventiva dele à Justiça, e a ordem judicial foi expedida no dia 19 de março de 2019, pelo juiz Luís Cláudio Cabral Chaves, da Central de Inquéritos.

Prisão

Após intensa investigação, as equipes policiais descobriram que o autor do crime estava em uma comunidade próxima ao município de Barreirinha. Foram feitas diligências na cidade e em algumas comunidades ribeirinhas durante a terça-feira (22); e o homem foi encontrado na casa de um pastor, que o escondeu a pedido da família.

Operação “Anjo Diana”

A delegada Joyce Coelho destacou que o nome da operação é em alusão ao nome da vítima.

Procedimentos

O homem responderá pelo crime de maus-tratos qualificado. No mesmo dia da prisão, ele foi conduzido pelas equipes da Depca à delegacia do município de Parintins, onde esteve até sexta-feira (25/06). Já transferido para Manaus, ele será encaminhado à Central de Recebimento e Triagem (CRT), e ficará à disposição da Justiça.