Iranduba vira um lixão a céu aberto por problemas na coleta de entulhos no município

Mais preocupado com a pré-campanha de deputada da esposa, o prefeito Augusto Ferraz (UB), abandonou Iranduba que está entregue ao lixo, já que a coleta de resíduos não está mais sendo feita em bairros do município.

Denúncias mostram que o Distrito do Cacau Pirêra é um dos locais mais afetados com problemas na coleta de lixo no Iranduba, e o local está sendo considerado um “lixão a céu aberto” por muitos moradores.

Um vídeo de uma moradora mostra os entulhos colocados no meio da rua, após Ferraz afirmar que faria uma coleta com caminhões no local.

“Olha ai gente, isso aqui é os entulhos, que diz que o prefeito mandou limpar. Isso aqui é a rua Amadir, cheia de entulho, a rua é uma porcaria de lixo e aí o prefeito disse que mandou ajeitar”, disse a moradora do Cacau Pirêra.

Já no Bairro Alto, no Centro da sede de Iranduba, moradores estão jogando seus resíduos no meio da rua, com material estragado enquanto a coleta de lixo não passa para recolher o material.

“Estamos colocando o lixo na rua, pensando que ia passar hoje, mas nunca passa e a rua fica uma lixeira. Está podre, acho que tem mais de uma semana que não passa carro de lixo”, disse o morador do bairro Alto, no Centro de Iranduba, que preferiu não se identificar.

Comunidades adoecendo

No Novo Paraíso, no Km 6, o líder comunitário Benedito Leite relata que o aumento de queimadas e a proliferação de moscas têm impactado diretamente a saúde das famílias. “Meu filho amanheceu com os olhos inchados e garganta inflamada por causa da fumaça do lixão”, declarou.

Agricultores afirmam não conseguir mais plantar. Propriedades foram desvalorizadas. Os igarapés próximos estão poluídos e poços artesianos já não fornecem água potável.

“O lixão a céu aberto nos prejudica muito no verão e já polui há mais de 30 anos e ninguém faz nada”, disse Leite, que também é presidente da Associação dos Moradores e Agricultores Rurais da Comunidade São José II, no Km 5.

“E quando a gente cobra, o prefeito diz que nós somos oposição porque estamos cobrando melhorias. Somos os mais prejudicados de todo o município, que padece com aquele lixão e também com outras coisas”, completou.

O vigia do lixão, José Batista Coelho, de 64 anos, trabalha no local desde 2016. Ele está doente, com sintomas de ansiedade, cansaço extremo e teve um princípio de AVC, mas por falta de opção de trabalho continua exposto à fumaça tóxica e ao chorume diariamente em condições insalubres.