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Professores protestam contra o prefeito Mário Abrahim por não reajustar o salário da categoria no município

Sem receber o reajuste salarial no piso nacional, professores da rede municipal de ensino do município de Itacoatiara, distante a 270 quilômetros de Manaus, protestaram nesta segunda-feira (24), contra o prefeito Mário Abrahim em frente a sede da Secretaria Municipal de Educação na cidade.

Com faixas, cartazes e gritos de ordem os professores protestaram contra o prefeito Mário Abrahim pedindo pelo reajuste salarial baseado no piso nacional, o data-base e progressão de carreira.

Segundo a presidente do Sindicato dos Profissionais da Educação Municipal de Itacoatiara (SINPEMI), Valdenice de Souza Furtado, os profissionais da educação de Itacoatiara vem buscando falar com Mário Abrahim, para construir um melhor percentual ao reajuste anual da classe, mas até o momento não foram ouvidos pelo secretário e nem pelo prefeito.

“A data base será em 1º de maio e pelos cálculos deverá ficar entre 4,5% a 6% mais ou menos. Estamos aguardando para conversar com o gestor público. Estamos lutando pelo piso nacional de 14,95% instituído pelo Governo Federal. Em reunião com a secretária de Educação e outros secretários, eles dizem que não têm como pagar o piso. Sabemos que a folha está cheia com contratos e que não fizeram processo seletivo”, disse Furtado.

Sobre o piso nacional, em janeiro o Governo Federal aprovou a lei com os novos valores para pagamento de professores da educação básica em todo o Brasil. O valor, que no ano passado era de R$ 3.845,63, passou a R$4.420,55, um reajuste de 15%, em relação a 2022.

O piso nacional do magistério representa o salário inicial das carreiras do magistério público da educação básica para a formação em nível médio. O valor considera uma jornada de 40 horas semanais na modalidade normal de ensino.

Prefeito não quer receber menos que um professor

No dia 13 de abril, durante uma tentativa de negociação, Mário Abrahim foi questionado sobre o reajuste dos educadores da rede municipal de ensino da cidade, porém ao responder, disse que isso poderia passar por um “conflito administrativo”, em que os professores não poderão receber “mais que ele e seus secretários e subsecretários”.

“No momento em que, hoje, a gente fizer esse novo piso, você há de convir comigo que um professor vai ganhar mais que um subsecretário e, se duvidar, até mais que um secretário. Então, começa a causar conflito dentro do que é a esfera administrativa e um conflito com vocês [professores]”, explicou o prefeito, se incluindo como exemplo: “Como é que eu, que sou gestor, estou ganhando menos que um professor?”.

No vídeo, o prefeito também fala que não quer impedir o reajuste, mas que precisa conversar com a categoria. “É um trabalho que a gente precisa trabalhar junto, chamar vocês [professores], o sindicato, para a gente encontrar [uma solução]. De forma alguma queremos impedir, deixar de responder, pelo contrário, a gente quer ver vocês motivados, mas vocês precisam entender o nosso limite e ver qual é nossa realidade”, disse Abrahim na ocasião.