Vereador em Itacoatiara esquece da liberdade de imprensa e expulsa vereador durante a sessão

Durante uma sessão plenária na Câmara Municipal de Itacoatiara nesta terça-feira (14/10), o vereador Hygor Magalhães (DC) expulsou o jornalista Melk Santos do Portal Online Multimídia, ameaçando algemá-lo caso não se retirasse do plenário.

A sessão foi marcada pela votação do arquivamento do pedido de cassação do vereador Ney Nobre (MDB), condenado a 10 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, por fraude no financiamento rural do Banco da Amazônia (BASA), por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

A atitude destenperada do vereador se deu após Hygor Magalhães criticar o trabalho da imprensa no município, pedindo que a população não confiasse em notícias publicadas por portais de internet.

“Eu peço para as pessoas que estão assistindo que não acreditem em tudo que se passa em portais, live. Quer saber como anda o procedimento? Que venha a esta Casa, que assista. Hoje qualquer um abre um portal e dá como verdade”, disse o parlamentar.

O jornalista Melk Santos do Portal Online Multimídia, tentou rebater a fala do vereador, causando revolta em Magalhães que tomou a atitude de expulsar o profissional da Câmara Municipal de Itacoatiara.

“Eu peço que você se retire, senão será algemado”, disse o vereador.

O jornalista foi escoltado por seguranças para fora da Câmara, e a Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança na entrada do prédio. Alguns vereadores chegaram a sugerir a suspensão da sessão, caso o jornalista permanecesse no local.

Melk Santos declarou ainda na noite de terça-feira (14/10), que apenas estava defendendo o direito à informação e a presença do povo na fiscalização da câmara, quando ocorreu o ataque do vereador à liberdade de imprensa.

“Quando ele citou portais eu me levantei e pedi a palavra. Foi quando o presidente disse ou você fica calado ou sai da Câmara. Foi quando o Iguinho falou que quem manda na Câmara são os vereadores e eu disse que quem manda é o povo”, disse o jornalista.

Em nota divulgada em conjunto, os jornalistas do município classificaram a ação como tentativa de intimidação e ataque à liberdade de imprensa, protegida pela Constituição Federal, destacando que o plenário “pertence à sociedade e deve ser um ambiente de transparência, diálogo e respeito”.