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Vereador primo do prefeito de Manacapuru quer aumentar seu próprio salário mesmo com o município em estado emergência devido à seca

Durante a sessão na Câmara Municipal de Manacapuru na última terça-feira (17), o vereador Gerson D’Angelo (Republicanos), questionou o presidente da Casa Legislativa, vereador Tchuco Benício (Cidadania), sobre o aumento de salário dos vereadores daquele município.

Mesmo em meio a situação de emergência que vive o município de Manacapuru com a seca que assola os rios, o vereador Gerson acha que pode aumentar seu próprio salário na Câmara Municipal.

“É interesse de todos os vereadores com relação às mudanças de salário, aumento na Câmara (Municipal de Manacapuru). Tem alguma previsão? Tive agora discutindo com o vereador Sabãozinho, vereador Tororó e vereador Ivan da Lancha e o tempo está encurtando e a gente precisava de uma posição da presidência para ver quando que vai entrar em pauta essa propositura”, questiona o vereador.

Agora o vereador Gerson D’Angelo, primo do prefeito Beto D’Angelo, foi condenado a mais de 2 anos em regime – inicialmente – aberto pelo juiz de direito substituto de Manacapuru, Marco Plazzi Palis.

Gerson D’Angelo no dia 25 de maio de 2021, entrou na Escola Municipal Zoraida Alexandre, em meio à pandemia de covid-19, sem máscara de proteção, e mandou o segurança e o diretor da unidade “tomar no cú” quando foi cobrado a colocar a proteção.

A condenação diz respeito aos crimes de ameaça, desacato, infração de medida sanitária preventiva e exercício arbitrário das próprias razões.

Devido à cheia do rio Solimões, que inundou o prédio da Câmara Municipal, naquele ano as sessões plenárias estavam sendo realizadas duas vezes por semana no auditório da escola municipal.

Ao ser barrado por um agente de portaria da unidade escolar, o parlamentar reagiu com palavrões. O diretor da escola, à época, Jackson Azevedo, tentou intervir ao que o vereador respondeu “seu vigia era muito folgado”. O segurança interrompeu e afirmou que o vereador havia lhe mandado “tomar no cú ” e que teria dito que também mandaria a testemunha “tomar no cu” junto de todos da escola.

Em depoimento à Justiça, o diretor disse que confrontou o parlamentar perguntando se de fato isto era procedente o que o segurança relatou no que ele respondeu: “Eu disse isso sim: vá tomar no cú você e todos desta escola”.

“A testemunha disse que o vereador deveria mostrar respeito pois estaria promovendo desacato contra funcionário público, ao que o vereador respondeu dizendo que a testemunha deveria procurar o presidente da Câmara, ‘Sassá’, e que a escola estava cedida para a Câmara – a testemunha pediu novamente respeito, ao que o vereador novamente respondeu lhe mandando ‘tomar no cú'”, diz um trecho do depoimento expresso na decisão judicial.

“Liguei para a polícia, não tinha outra saída”, relatou o professor. “A Polícia Militar foi acionada e compareceu ao auditório antes de começar a sessão da Câmara Municipal pedindo esclarecimentos sobre o porquê do vereador se recusar a usar máscara e desacatar o funcionário público, mas o presidente da Casa teria pedido para que os PMs se retirassem do local”, disse o diretor à época.

Por conta do ocorrido, Jackson Azevedo que administrava a escola há 9 anos foi afastado do cargo.

Manacapuru foi um dos municípios do Amazonas com maior número de óbitos em decorrência da novo coronavírus.